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domingo, 5 de abril de 2015

GRANDE ENTREVISTA com Victor Osório 





Victor Adolfo Osório, advogado, ex-secretário de Estado da Juventude e Desporto e membro do
 Conselho de Justiça da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) com assento no órgão 
correspondente da Confederação Africana de Futebol (CAF) formalizou a sua candidatura à 
presidência da direção da FCF e é o adversário do Mario Avelino Donnay, até então 
presidente da Associação Regional de Futebol Santiago Sul.

Victor Osório em conversa com o SEKA PELI INFO explicou em que consiste o plano 
estratégico proposto pela sua equipa para o escrutínio do dia 11 de Abril. Plano esse que visa 
desenvolver 5 pilares, a saber: Organização, Captação de Recursos, Futebol, Formação e Seleção
 Nacional.

Osório defende ainda que a sua lista integra elementos ligados ao futebol com conhecimentos e experiências adquiridos e que vem sendo trabalhada há já algum tempo, com uma visão focalizada para acrescentar valores ao que se tem feito. O mesmo realça que conta com subscrições de seis associações, mas que conta com o apoio de oito das 11 associações regionais. Confira os melhores momentos…




“Na base desta candidatura está um projeto, uma paixão e uma disponibilidade em
 trabalhar em prole do nosso futebol (…)” 


A nível pessoal, o que leva o Victor Osório a candidatar a presidência da federação de
 futebol?

Na base desta candidatura está um projeto, uma paixão e uma disponibilidade (associado a um perfil meu e do elenco que me acompanha) em trabalhar em prole do nosso futebol e passa por uma actuação concertada com as associações regionais, em perfeita cumplicidade e realismo daquilo que é expectável na evolução contínua da modalidade no País.

E caso for eleito quais são as principais tarefas que planeia levar a cabo?

Como tenho referido o trabalho que se pretende fazer não é uma ideia isolada ou uma 
ambição minha,
 mas sim tem por base um estudo das necessidades actuais da FCF e do que se pode vir a fazer. 
Neste sentido quem já teve a oportunidade de ver o resume do plano estratégico proposto pela 
minha equipa sabe que planeamos desenvolver 5 pilares, a saber:
1.      Organização:
2.      Captação de Recursos:
3.      Futebol:
4.      Formação:
5.      Selecção Nacional:

Em tempos de crise a questão financeira tem dificultado o trabalho da Federação 
Cabo-verdiana de Futebol. Como prevê capitar recursos para
 investir no futebol cabo-verdiano?

Temos isso previsto. Por isso que a Captação de Recursos foi definido como um dos 
pilares estratégicos.

 A título de inovação, podemos falar que as comunidades emigradas serão envolvidas
 e criaremos o sentimento de “Selecção-Clube”, em que para cada projecto concreto,
 nomeadamente nos escalões de formação, cada cabo-verdiano possa pagar 
uma quota para atingirmos determinados objetivos.




“(…)pretendemos instituir competições de sub-17 e sub-20 de modo a 
podermos ter seleções  nesses escalões para que jovens nascidos nas 
comunidades emigradas possam integrar a seleção(…)”

Já agora, como pretende fazer com que os jovens que nasceram na diáspora e que nunca visitaram Cabo Verde venham a representar a nossa seleção?

Penso que grande parte deste trabalho já está feito, pelo que, será um trabalho de continuidade. 
Repare que a nossa seleção principal já não é nenhuma desconhecida e que a cada dia aparecem
 mais jovens com talento e com interesse em vestir a nossa camisola. Isso não acontecia, pois 
que é normal que o jogador descendentes de cabo-verdianos optasse por jogar por uma seleção 
que lhe desse mais visibilidade e que competisse em quadros mais competitivos.

Mas pretendemos instituir competições de sub-17 e sub-20 de modo a podermos ter seleções nesses escalões para que esses jovens nascidos nas comunidades emigradas possam integrar a seleção;
 fidelizando-os, dificilmente optarão pelo país onde nasceram. Outro aspeto, é que iremos contar
 com o apoio das nossas comunidades emigradas, através de embaixadas que iremos instituir, na
 ajuda desse recrutamento.

Pelo que, repito, que será um trabalho de continuidade e que também passa pela formação e mais informação sobre Cabo Verde e a nossa seleção. É nessa vertente também que o nosso 
plano estratégico define a seleção nacional como um pilar estratégico.


Como avalia o futebol de formação em Cabo Verde, tanto a nível de clubes 
como de seleções? O que já foi feito e o que falta fazer? Quais os seus
 planos para  as seleções de sub-17 e sub-20,  por exemplo?

Na mesma linha poderia referir que é por isso também que o nosso 4º pilar estratégico é
 precisamente a Formação. Contudo posso acrescentar que neste pilar as grandes promessas
 passam, por:

·         Potencializar as escolas de iniciação desportiva;
·         Realizar Cursos de arbitragem;
·         Instituir a realização de provas no escalão de Sub17, potencializando uma geração de futebolista visando uma participação olímpica;
·         Instituir a realização de provas nos escalões de Sub20 (potencializando a qualificação e presença na fase final do CAN de Sub20 no ano de 2017) com o intuito de alargar a base de recrutamento geracional de futebolistas para futuros Campeonatos de África das Nações e Campeonatos do Mundo.

Para o efeito trabalharemos afincadamente no sentido de

1.      Ser excelência nas categorias de base para formar atletas com potencial de assumir a titularidade na equipa principal e, futuramente, gerar recursos financeiros que alavanquem a operação
2.      Cativar o jogador cabo-verdiano (em particular os nascidos nas comunidades emigradas) a jogar pela sua selecção nacional
3.      Implementação de Pólos de Observação de Jogadores em todo o Pais e nas Comunidades Emigradas
4.      Criar Condições para que as Associações Regionais sejam pólos de observação e dinamização do futebol nacional em geral e da Selecção em Particular;
5.      Ter Formação a todos os níveis (Jogadores, Árbitros, Treinadores, Recursos Humanos da FCF) -;
6.      Ter Melhores infra-estruturas;
7.      Profissionalizar a gestão dos Centros de Estágios da FCF
8.      Responsabilidade Social.

Os últimos anos são marcados por crescimento em vários indicadores: fomos a duas fases 
finais do Campeonato Africano das Nações, estivemos muito perto de irmos ao mundial 2014, 
temos cada vez mais jovens nascidos na diáspora a quererem representar a seleção nacional.
 São variáveis que podem continuar a subir ou terão atingido o seu ponto máximo e ideal?

Sim a ideia é continuar a subir porque como sabe neste aspecto não existe um ponto ideal e se eventualmente existir nós ainda temos muito a fazer para o atingir.




“Figurinos temos muitos, mas teremos que conciliar aquele que torne o nosso futebol mais competitivo e em que o calendário coincida com o dos campeonatos europeus (…)”

Tendo em conta que hoje já atingimos um certo patamar, caso for eleito, como pensa 
explorar a marca “Tubarões Azuis”?

De várias formas. Aliás mais uma vez remeto ao nosso plano estratégico em que temos o pilar 
Captação de Recursos que, em grande parte prevê a captação de recursos pela 
exploração da marca Tubarões Azuis. Alguns itens passam pela(o):

1.      Oferta de novos produtos, competitivos em custo e qualidade, para apoiantes e associados
2.      Implementação das Lojas oficiais da FCF (no Pais e nas Comunidades Emigradas);
3.      Registo da marca "Tubarões Azuis".

O atual modelo do campeonato nacional é para manter? Caso contrário como 
pensa estruturá-lo?

Esta é uma questão que não podemos decidir sem o consenso das associações. 
No entanto posso referir que é uma questão que analisamos e que será uma das primeiras
 a serem abordadas juntamente com as Associações. Figurinos temos muitos, mas teremos
 que conciliar aquele que torne o nosso futebol mais competitivo e em que o calendário 
coincida com o dos campeonatos europeus (por serem nesse que há mais atletas nacionais
 a competir) e em que haja maior duração das provas. Termos que analisar a questão 
a nível nacional, regional, e ver como criar mais provas inter-regionais.

No entanto, sendo redundante remeto-vos mais uma vez ao nosso plano onde no
 Pilar Futebol temos previsto:

1.      Promover o Futebol no País;
2.      Desenvolver competições mais competições e com melhor qualidade;
3.      Aumento da qualidade do futebol que se pratica no nosso país;
4.      Maior profissionalismo na prática e gestão do futebol;
5.      Fazer com que os melhores jogadores cabo-verdianos joguem pela selecção;
6.      Comunicar de uma forma uniforme, todo o produto futebol, a todos os níveis.
7.      Desenvolver e aprofundar o Scouting; 
8.      Rever o Figurino de provas: nacional, regional e campeonato Sub17;


“A ambição de todo o jogador cabo-verdiano é jogar em clubes estrangeiros, em particular
 na Europa,e, por isso, temos que regulamentar essa saída (…)”

Como pretende lidar com a questão da transferência de jogadores de Cabo Verde para o estrangeiro?
Essa é também uma questão que já analisamos a fundo e que cai dentro do nosso pilar 
Organização.
Iremos criar o regulamento de inscrição de clubes e escolas de iniciação desportiva, 
de modo a  proteger os direitos de formação do formador, sendo que isso irá traduzir-se numa 
fonte de receita 
para os Clubes/Escolas de formação. A ambição de todo o jogador cabo-verdiano 
é jogar em clubes estrangeiros, em particular na Europa, e, por isso, temos que 
regulamentar essa saída, protegendo

 o próprio jogador e clubes. Repare que sai há dias numa revista portuguesa a problemática de 
fraude no futebol, em que os jogadores de Cabo Verde estão a ser vítimas. Vamos estar atentos
 a isso.



“O treinador Rui Águas tem contrato com a FCF e iremos honrar esse compromisso”

Caso for eleito, o atual selecionador nacional Rui Águas é para manter no cargo?
 Por outras palavras, Rui Águas enquadra-se no perfil de treinador que compõem o
 projeto da sua equipa.

Os contratos são para se cumprir! O treinador Rui Águas tem contrato com a FCF e 
iremos honrar esse compromisso e com o resto da equipa técnica; sem prejuízo disso,
 iremos reajustar os objectivos a alcançar com aqueles que consta do plano estratégico,
 cujo pilar formação é a grande meta a atingir, para sustentação do nosso futebol e selecção.

Qual a mensagem que gostaria de deixar às pessoas que estão reticentes 
em relação a sua candidatura?

A reticência a qualquer assunto é um direito que qualquer um pode ter. No entanto posso
 dizer que a nossa candidatura é uma candidatura séria, composta por gente séria, serena,
 com capacidade de planear e visão de futuro e que já deram provas das suas competências 
por onde têm passado. A candidatura esta assente num plano estratégico bem definido 
que nos servirá de guia de orientação para o crescimento do nosso futebol. 

Acreditamos que podemos fazer um bom trabalho e constituir uma alavanca de 
maximização do trabalho feito até então e não o retrocesso.


Por: Nilton Ravier Cesare

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